sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

IDENTIDADE, PODER E MISSÃO (Parte 2) - Identidade de Filho

IDENTIDADE, PODER E MISSÃO (Parte 2)
Identidade de Filho – Marcos 1:11; Lucas 15:25-32

Na semana passada observamos que o propósito de Deus em enviar Cristo é a de nos tornar seus filhos e sermos instrumentos para gerar filhos para Ele através do ministério da reconciliação. Para cumprir sua missão Cristo ficou firmado em sua identidade de Filho, o que o levou a romper com o lugar das improbabilidades, Nazaré e recebeu revestimento do alto para cumprir a sua missão. Vemos nisso o modelo para que vivamos a nossa nova identidade, recebamos poder e cumpramos a missão recebida do Pai.
Hoje quero me focar no verso 11 de Marcos que diz: “Tu és meu filho amado; em Ti me comprazo” e fazer um paralelo com o irmão do filho pródigo, o filho mais velho.
Uma vida cristã frutífera, marcada pelo poder de Deus e engajada na missão acontece a partir de quem nós somos em Deus. Quero lhe perguntar: Você vive como filho ou como escravo na casa de Deus? Existe um perigo muito sério de estar na casa do Pai, dentro da igreja, e mesmo assim estar perdido.
Façamos um paralelo entre viver como filho e viver como servo/escravo. Que lições podemos aprender?

1.Quem é filho é livre, mas quem é escravo não (v.29)
“Há tantos anos que te sirvo”
O irmão mais velho do filho pródigo vivia como escravo e não como filho e livre. O verbo aqui é douleo, que significa servir como escravo. Ele nunca entendeu o que é ser filho. Ele obedece por medo ou para receber elogios. Faz as coisas certas com motivação errada. Fazendo um paralelo com o início do ministério de Jesus, observamos que o Pai lhe chama de Filho amado e diz ter prazer Nele, entretanto, Jesus ainda não havia começado o seu ministério. Como Deus pode ter prazer em alguém que não está fazendo nada para Ele? O que agrada a Deus, portanto, não é o nosso serviço, mas a nossa relação com Ele como filhos. Veja comigo Gálatas 4:6-7 “E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: “Aba, Pai”. De sorte que já não és escravo, porém filho; e, sendo filho, também herdeiro por Deus”.

2.O filho é participante da herança, mas o escravo não (v.31)
Então, lhe respondeu o pai: [...] tudo o que é meu é teu
Pastor Aloisio escreve algo muito interessante: “Esse tipo de pessoa é aquela que vive dentro da igreja, mas não se sente participante da herança do Pai. O filho era rico, mas estava vivendo na miséria. Muitos hoje estão vivendo um cristianismo pobre. Vivem sem alegria, sem banquete, sem festa na alma, trabalhando e até servindo, mas sem alegria.” O Pai tem vida abundante para você.
Não fique do lado de fora. Deus preparou uma festa para você.
Podemos fazer um paralelo com o jovem rico! Ele não se via participante da herança. Em Lucas 18:18-23, no relato do jovem rico vemos um rapaz que dizia: “A tudo isso tenho obedecido. O que me falta ainda?” Jesus manda ele vender tudo o que tem e entregar aos pobres. A questão aqui não é o dinheiro, mas Jesus viu nele um homem escravo do perfeccionismo e da ilusão de se justificar diante de Deus por seus esforços. Ele não se sentia participante da herança. Tanto o jovem rico quanto nós somos incapazes de cumprir a lei para sermos salvos. O que Jesus está fazendo nesse diálogo? Para você entender, pense na seguinte ilustração: Para você ganhar músculos, o professor leva você a usar pesos de 3 kg inicialmente, depois passa para 10 kg, e na medida que você responde, ele aumenta até o seu limite que pode ser 80 kg. Agora, imagine se você começasse com 80 kg. O que você me diria? IMPOSSÍVEL! Pois era isso que Jesus queria ouvir do jovem rico! “Mestre, é impossível”. Jesus lhe responderia: “Que bom”! Pare de merecer a graça de Deus. Pare de tentar ser merecedor daquilo que você jamais poderá merecer”. PARE DE VIVER COMO ESCRAVO, ou seja, como ALGUÉM QUE TEM A SENSAÇÃO DE QUE NUNCA FAZ O SUFICIENTE. Viva como FILHO! Como isso?

3.O filho se relaciona com o Pai baseado na confiança, mas o escravo se relaciona baseado na justiça própria (v.29)
Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua [...]
O filho mais velho representa aqueles que entenderam as regras, mas não entenderam o que significa ter um relacionamento com o Pai. Eles pensam: “Eu me comporto, sou uma pessoa correta, então mereço”. Ele vê o pecado do seu irmão com muita facilidade, mas não enxerga os seus próprios pecados ou é brando demais com eles. É rápido para condenar e fazer justiça porque vê a si como um padrão de obediência.
Quando Deus diz a respeito de Jesus: “Tu és meu filho amado. Em ti me comprazo (me agrado). O que mais agrada a Deus? O que agrada a Deus é A CONFIANÇA. A confiança possui dois elementos básicos: a) Elemento básico 1 – Intimidade. Identificamos aspectos da intimidade: I) O Pai lhe revela os propósitos – João 5:20;  II) O Filho é amado do Pai – João 5:20; III) O Pai e o Filho são um – João 17:21; b) Elemento básico 2 – Dependência. Identificamos aspectos da dependência: I) O filho faz o que vê o Pai fazer – João 5:19; II) O Filho se submete em obediência e dependência ao Pai – Mateus 26:42.
Toda batalha espiritual que você luta – na verdade, qualquer batalha espiritual – tem como centro a confiança em Deus. O inimigo trabalha para duas coisas desde o jardim do Eden: 1) Fazer os filhos de Deus duvidarem da confiabilidade em Deus; 2) Fazer os filhos de Deus confiarem em algo que não é Deus. O inimigo se dedica a nos convencer de que Deus está retendo algo bom de nós ou que está falhando em prevenir que coisas ruins nos aconteçam.
Entretanto, Deus quer que você hoje aprenda a viver como Filho! Você não é empregado ou escravo.
Evidentemente, todo bom filho que se sente amado tentará agradar seu pai. Nós também queremos agradar a Deus não para ser amados, mas porque nos sentimos amados. Esta precisa ser a motivação para aa nossa obra. Vamos trabalhar muito na obra, mas baseados numa relação de confiança e não de méritos. Gálatas 4:6-7 “E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: “Aba, Pai”. De sorte que já não és escravo, porém filho; e, sendo filho, também herdeiro por Deus”. Você é filho? O Pai vai lhe revelar seus propósitos; O pai te ama; Você e eu somos um com o Pai (João 17:21); Fazemos com Ele; Dependemos Dele ainda que seja para passar por testes de confiança como Jesus passou no Getsemani.

Rodrigo Rodrigues Lima
Pastor

Extraio do livro “O Líder que Brilha” escrito por David Kornfield a tabela abaixo para você identificar se vive mais como servo ou como filho. Seja sincero com você e ore para crescer na confiança:


1.Seu valor: (    ) É como servo/escravo? Baseia-se em seu serviço/ministério (no fazer). Tem valor enquanto serve. Seu valor depende do que faz; (    ) É como filho? Baseia-se na segurança de ser filho, valorizado pelo que é, não apenas pelo que faz;
2. Base para sentir-se bem: (    ) É como servo/escravo? Ser útil; agradar às pessoas; (    ) É como filho? Ser amado; sentir o prazer do Pai em si;
3.Conhecimento: (    ) É como servo/escravo? Precisa saber o que fazer; não precisa entender os propósitos por trás de suas ações; (    ) É como filho? O Pai revela seus propósitos; o filho entende o coração do Pai;
4.Motivação: (    ) É como servo/escravo? Obrigação, cumpre o que deveria fazer. Às vezes, compulsão de produzir, oi de agradar às pessoas; (    ) É como filho? Alegria, participa com o Pai em seu trabalho e seus propósitos;
5.Propósito de sua existência: (    ) É como servo/escravo? Trabalhar, ser produtivo, obter resultados; (    ) É como filho? Ser companheiro de seu Pai e crescer para com Ele;
6.Tipo de relacionamento: (    ) É como servo/escravo? Contratual: cumpre serviço em troca de benefícios;   (    ) É como filho? Aliança, relação de família: intimidade, carinho, afeto, amor, alegria e celebração;
7.Aproximação emocional: (    ) É como servo/escravo? Emocionalmente distante do seu chefe.             (    ) É como filho? Compartilha o espírito, herança e sofrimentos do Pai;
8.Consequencias da desobediência ou não de agradar: (    ) É como servo/escravo? Punido, rejeitado; afastado, mandado embora (Mt 24:48-51); (    ) É como filho? Disciplinado para ser restaurado (Hb 12:5-11);
9.Relação de seu trabalho com o seu superior: (    ) É como servo/escravo? Fazer o que o seu chefe lhe manda fazer, muitas vezes fazendo aquilo que não gosta. Subordinado, sem voz, sem poder de decisão; (    ) É como filho? Fazer o que o Pai está fazendo; parceria; o direito de expressar seus sentimentos e perspectivas;
10.Fonte de energia, força ou poder: (    ) É como servo/escravo? Esforço próprio, na espera de reconhecimento; (    ) É como filho? Graça, amor e aceitação como fonte para todo esforço (I Co 15:10)