quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Orientações sobre o jejum


Orientações sobre o jejum

O jejum é a completa abstinência de alimento, exceto água, por um período determinado de tempo acompanhado de consagração e oração. Mais do que qualquer outra disciplina espiritual, o jejum é alvo mais frequente de ataques e resistências.
Para muitos hoje, a ideia de ficar sem comer por vinte e quatro horas parece extremamente penosa e muitos possuem o falso conceito de que o jejum é prejudicial para o organismo. Além disso o jejum não é uma prática exclusivamente cristã, mas é praticado por budistas, hinduístas e muçulmanos, por causa disso é visto com desconfiança por muitos cristãos sinceros.
O jejum, porém, não deve ser entendido apenas como abstinência de alimentos. É preciso também haver muita oração. No mundo as pessoas fazem greve de fome, visando proeminência e poder político, mas isso não é jejum. Também há aqueles que fazem dieta para emagrecimento usando o jejum, mas isso não é o jejum bíblico. Essas duas coisas não são erradas, mas não são jejum bíblico, pois este tem um objetivo unicamente espiritual.
Além disso, quando se jejua o corpo, como defesa, começa a queimar as calorias mais devagar tentando se proteger. Dessa forma, enquanto você não está comendo, você perde peso, mas, quando volta a comer normalmente, seu corpo ainda leva um tempo para se reprogramar e não queima as calorias como antes e, como resultado, você acaba mais gordo do que antes.

Existe uma ordem bíblica para jejuar?
Não há regras na Bíblia sobre quando e como jejuar. Também não existe uma ordem bíblica para jejuar. No Velho Testamento, havia somente um dia de jejum, instituído para toda a nação: o dia da Expiação (Lv 23.27). Mais tarde, nos dias de Jeremias, esse dia ficou conhecido como “o dia do jejum” (Jr 36.6). Quando lemos os ensinos de Jesus, não há como negar que o Senhor espera que jejuemos.
Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram o rosto com o fim de parecer aos homens que jejuam. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. Tu, porém, quando jejuares, unge a cabeça e lava o rosto, com o fim de não parecer aos homens que jejuas, e sim ao teu Pai, em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. (Mt 6.16-18)
Observe que o Senhor não disse “se jejuardes...”, mas “quando jejuardes...” Isso revela que Ele esperava que os discípulos jejuassem. Ele até os instruiu quanto à motivação e à maneira como deveriam jejuar. Mas o Senhor deixou bem claro que a prática do jejum nos moldes dos fariseus estava errada. A motivação era impura, as pessoas jejuavam para mostrar aos outros sua espiritualidade e religiosidade supostamente superior. O Senhor disse que a maneira correta de jejuar é sem alarde, em secreto. O jejum é uma completa perda de tempo quando feito com motivação errada. Por outro lado, se jejuarmos da maneira de Deus, certamente a nossa oração será ouvida.

Qual é o propósito do jejum?
Não veja o jejum como uma espécie de penitência que você faz com o intuito de persuadir Deus a fazer algo que Ele não quer fazer. O jejum não muda Deus. Ele é o mesmo antes, durante e depois de seu jejum. Mas jejuar com certeza mudará você. Vai ajudar você a ser mais sensível ao Espírito de Deus.
O jejum toca em nossa carne. O jejum não tornará Deus mais bondoso ou misericordioso para conosco, mas rompe com as barreiras e limitações da nossa carne e nosso corpo. Qualquer um que procura mais intimidade com Deus já percebeu o quanto o nosso corpo pode ser um obstáculo para essa comunhão. Quando jejuamos o corpo se abate, o nosso espírito se levanta e nossa fé é liberada com mais ousadia, assim podemos ter mais enchimento do Espírito Santo.
O propósito primário do jejum é mortificar a carne para nos fazer mais sensíveis ao Espírito Santo. Não pense, porém, que o jejum tem algum poder nele mesmo como uma espécie de poder mágico. A verdade é que o jejum ajuda a liberar a nossa fé. A fé está em nosso espírito, e quando o espírito é liberado, a fé se manifesta. O que nos dá vitória sobre o inimigo é o que Cristo fez na cruz e a autoridade do seu nome. O jejum em si não nos faz vencer, mas libera a fé para o combate e nos fortalece, fazendo-nos mais conscientes da autoridade que nos foi delegada.

Qual deve ser a frequência do jejum?
Só existia um jejum anual exigido na lei de Moisés, no dia da Expiação, em Levítico 23.27. Entre os primeiros cristãos, era uma prática estabelecia ter dois jejuns semanais, às segundas e quartas. Isso está registrado no “Didaquê”, uma obra do primeiro século que fala dos costumes dos primeiros cristãos.
Não existe hoje nenhum mandamento para que os cristãos jejuem, mas há épocas em que frequentemente sentimos mais necessidade de jejuar, porém, penso que um jejum normal de um dia de duração seja algo que todo cristão deveria praticar sistematicamente, mesmo sem sentir nenhuma necessidade espiritual para isso.

Qual a duração do jejum?
A Bíblia não determina regras desse tipo, portanto cada um é livre para escolher quando, como e quanto jejuar. Nas Escrituras existem vários exemplos de jejuns:
·         1 dia - O jejum do Dia da Expiação
·         3 dias - O jejum de Ester (Et 4.16) e o de Paulo (At 9.9)
·         7 dias - O jejum por luto pela morte de Saul (1 Sm 31.13)
·         14 dias - O jejum de Paulo no navio (At 27.33)
·         21 dias - O jejum de Daniel em favor de Jerusalém (Dn 10.3)
·         40 dias - O jejum do Senhor Jesus no deserto (Lc 4.1,2)
A Palavra de Deus também fala a respeito do jejum de Moisés e de Elias (Ex 34.28; 1 Re 19.8). Eles jejuaram por períodos de quarenta dias, mas todos os estudiosos concordam que esses jejuns foram sobrenaturais. Eles nem sequer beberam água nesses quarenta dias, o que é humanamente impossível.
A Bíblia diz que Elias caminhou quarenta dias no deserto com a força do alimento que o anjo lhe trouxe. Ele recebeu uma comida sobrenatural para realizar um jejum também sobrenatural. A respeito de Jesus, o evangelho diz que no final de quarenta dias Ele teve fome, mas não se menciona que teve sede. Isso deve indicar que Jesus fez um jejum normal com a duração de quarenta dias. Mas tenha muito cuidado ao fazer o voto de um jejum para que seu voto não seja insensato e depois venha a quebrá-lo. A Palavra de Deus é muito séria quanto aos votos:
Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos. Cumpre o voto que fazes. Melhor é que não votes do que votes e não cumpras. (Ec 5.4,5)
É importante que você tenha um alvo quanto à duração do jejum no coração, mas não transforme isso em voto. O mais comum em nosso meio são os jejuns de um dia durante vários dias. Duas vezes por ano jejuamos 21 jejuns de um dia, ou seja, durante 21 dias jejuamos com uma refeição por dia. Se você planeja fazer um jejum de mais de três dias, precisa receber uma orientação especial.
Quais são os tipos de jejum?
São mencionados na Bíblia pelo menos três tipos de jejum.

1. O jejum parcial
O jejum parcial se refere mais a uma dieta restrita do que à abstinência. O exemplo clássico é Daniel. Não por acaso, o jejum parcial é muitas vezes chamado pelos irmãos de jejum de Daniel.
Naqueles dias, eu, Daniel, pranteei durante três semanas. Manjar desejável não comi, nem carne, nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com óleo algum, até que passaram as três semanas inteiras. (Dn 10.2,3)
A Palavra de Deus não diz qual foi a sua dieta durante o jejum, mas se tomarmos como padrão o que Daniel fez logo que chegou à Babilônia, podemos supor que o seu jejum incluía apenas legumes, frutas e água. O texto, porém, diz claramente que o profeta Daniel ficou sem ingerir carne, vinho e manjar desejável. Creio que podemos incluir João Batista nesse tipo de jejum. Ele na verdade vivia uma vida “jejuada”, sua dieta consistia apenas de gafanhoto e mel silvestre. Um jejum muito comum hoje em dia é o jejum apenas com líquido. Mas se você deseja fazer um jejum parcial, o melhor é que pare de comer carne e doces e coma apenas legumes e frutas. Além de ser muito saudável, esse jejum tem grande poder espiritual.

2. O jejum normal
O jejum normal é aquele em que nos abstemos de todo tipo de comida, mas não deixamos de beber água. O jejum de Jesus certamente foi um jejum normal. A Bíblia diz que Ele não comeu, mas não afirma que Ele bebeu. Diz que Ele teve fome, mas não que teve sede. Como a água não é alimento, concluímos que Ele bebeu água durante os quarenta dias de jejum.
Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto, durante quarenta dias, sendo tentado pelo diabo. Nada comeu naqueles dias, ao fim dos quais teve fome. (Lc 4.1,2)
Eu recomendo que você não faça jejum sem beber bastante água. O jejum normal é o tipo mais apropriado para a prática regular do jejum.

3. O jejum total ou absoluto
Esse é o jejum que exclui tanto o alimento quanto a água. A água não é alimento, e nosso corpo depende dela a fim de que os rins funcionem normalmente e as toxinas não se acumulem no organismo. A maior duração bíblica desse tipo de jejum é de três dias, provavelmente porque é o máximo possível para não prejudicar o organismo.
Há dois exemplos bíblicos deste tipo de jejum, um no Velho e outro no Novo Testamento. Paulo estava indo pelo caminho de Damasco quando se encontra com o próprio Cristo, que se revela a ele e o confronta. Depois disso ele fica três diz de jejum total.
Esteve três dias sem ver, durante os quais nada comeu, nem bebeu. (At 9.9)
O outro exemplo é o de Ester. Num momento de crise em que os judeus estavam condenados à morte por um decreto do rei, ela pede a seu tio Mordecai que faça um jejum total por ela.
Vai, ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais, nem bebais por três dias, nem de noite nem de dia; eu e as minhas servas também jejuaremos. Depois, irei ter com o rei, ainda que seja contra a lei; se perecer, pereci. (Et 4.16).
Não há qualquer outra menção de um jejum total maior do que esses, exceto o de Moisés e Elias, que foram sobrenaturais. Um jejum sem água pode ser letal para o organismo. Lembre-se de que nossa luta é contra a carne (natureza e impulsos) e não contra o nosso corpo.

4. Orientações práticas sobre o jejum
Existem muitas dúvidas a respeito do jejum, mas, se agirmos com bom senso, poderemos lidar com todas elas. Não pense que o jejum é uma disciplina espiritual complicada reservada apenas aos mais espirituais. As coisas de Deus são simples, por isso encare o jejum com simplicidade e bom senso.
Quando o jejum não é recomendadoExistem pessoas que não podem fazer um jejum normal. Pessoas que estão sob medicamento controlado, diabéticos, mulheres grávidas e qualquer pessoa doente não deve jejuar com abstinência completa de alimentos. Creio que para muitas delas seja possível fazer o jejum parcial, em que se absterão apenas de alguns tipos de comida. Em todo caso, é importante consultar um médico. Só ele pode dar uma orientação de como agir em cada caso.
Dores e enjoos – É normal ter dor de cabeça no início de um jejum, mas qualquer outra dor é sinal de que há algo errado, por isso procure um médico imediatamente. O primeiro dia é o mais difícil por causa da dor de cabeça. Ela é um sinal de que o seu corpo entrou num processo de purificação e as toxinas existentes no organismo estão sendo expelidas.
Mal-estar físico – É normal sentir pequenas tonturas durante um jejum prolongado. A melhor maneira de lidar com elas é evitando se movimentar bruscamente ou rapidamente.
Fraqueza e desânimo – É normal que você se sinta mais fraco, mas a fraqueza não pode ser confundida com desânimo.
Líquido – Para quem tem dificuldade de beber água durante o jejum, tente beber sucos leves. Evite os engarrafados e os refrigerantes. Você pode também beber sucos de vegetais passados na centrífuga e diluídos em água. Tudo, porém, depende do tipo de jejum que você decidiu fazer.
Água – É melhor que a água não seja gelada. Se não quiser tomar suco, você pode pingar algumas gotas de limão ou de laranja num copo d’água, ou ainda um pouco de mel. Lembre se de beber pelo menos dois litros de água por dia.
Exercício – Evidentemente o tempo de jejum não é o momento para fazer academia e musculação, mas você pode fazer caminhadas, sem se expor muito ao sol. Orar caminhando vai te ajudar a jejuar usufruindo tanto os benefícios espirituais quanto os físicos.
Jejum no trabalho – Escolha um tipo de jejum que seja mais apropriado ao seu trabalho. O melhor é jejuar de almoço a almoço. Se você deseja fazer um tempo mais prolongado de dois ou três dias, então o faça no final de semana.
Magreza – Mesmo as pessoas magras podem jejuar normalmente. Nem todo magro o é porque come pouco, assim, pode ser que tenham as mesmas dificuldades para jejuar que uma pessoa mais pesada. As pessoas magras recuperam o seu peso normal mesmo depois de um jejum mais prolongado.
Insônia – Algumas pessoas sentem insônia ou ficam com o sono mais leve durante o jejum. Isso acontece porque a mente fica superativa. Por isso evite muita atividade antes de dormir e resista à tentação de dormir durante o dia. Descanse, mas não durma, se quiser evitar a insônia à noite.
Relações sexuais – Muitos casais se abstêm de comida e também de relações sexuais durante o jejum. A Palavra de Deus orienta que isso pode ser feito somente com o consentimento do cônjuge (1Co 7.5). Evite incluir a abstinência sexual no seu jejum para não incorrer em tentações.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Reconectar o coração com Jesus

Reconectar o coração com Jesus

Ao longo deste ano temos experimentado uma mudança em nossa maneira de ver Deus. Quantos testemunhos de pessoas que tem experimentado a graça e se veem como filhos de Deus pelos méritos de Cristo e não por seus próprios méritos. Mas, isso é processual. É uma renovação da mente. É um constante descontruir da nossa autoconfiança para uma total confiança em Deus. Eu mesmo construí uma relação com Deus a partir das minhas ações e me sentia aceito por Ele e pelas pessoas. Quando olhava para meus amigos na igreja que não tinham a mesma intensidade e interesse de atividades como eu, eu tinha dó deles, pois, sabia que mais cedo ou mais tarde eles não suportariam e se desviariam. Na verdade, tudo eram um grande jugo e uma máscara com várias faces, apesar da minha sinceridade. Cresci na igreja ouvindo pessoas testemunhando de suas conversões impactantes e pensava: “Será que eu também não deveria ter uma experiência fora da igreja para ser transformado definitivamente?” Me maravilhava com aquelas experiências que ouvia. Mas, não tive nenhuma delas. Deus me deu e tem em dado outras experiências de fé.
Em verdade, muitos ainda não experimentam plenamente a graça porque estão em um processo de transformação dessa autoconfiança para a total dependência de Deus e por essa razão nos desconectamos. Aqui vão algumas perguntas para você fazer uma análise pessoal: 1.Palavras te machucaram este ano a ponto de você parar? 2.Você está frustrado com os resultados profissionais ou ministeriais? 3.Há sonhos que não se realizaram? 4.Suas expectativas foram frustradas? 5.Hoje você não está tão motivado quanto antes? 6.Qual é o estado do seu coração hoje? Vamos observar na vida de Pedro que todos estamos em alguma fase e que é necessário reconectar.

Pedro, o discípulo de Jesus enfrentou essa crise, pois, precisou aprender que Jesus o amava não por causa do seu desempenho, mas porque Jesus simplesmente o amava e isso era suficiente para que futuramente fosse transformado. Veja:

1.Reconectar com Jesus é retomar o caminho da história de fé e dependência (Lucas 5:1-11)
O relato que temos é a pesca maravilhosa. Jesus tira Pedro da vida mediana, ou o que podemos chamar de previsível. Pedro sabe a que horas pescar, sabe quantos peixes em média poderá alcançar, sabe tudo o que é necessário para uma boa pesca. Ele é pescador por profissão. Porém, Jesus rompe com todos os conceitos e a previsibilidade de Pedro e o convida a depender. O primeiro choque aqui é: “Onde está a minha dependência”? Jesus vem para quebrar essa estabilidade e essa previsibilidade e libertar a Pedro. Assim Jesus fez com você quando lhe convidou para liderar, para gerar, para frutificar. Jesus entra na nossa experiência e aumenta a temperatura. Ele diz para Pedro: “Doravante serás pescador de homens” (v.11). Jesus está dizendo: “Saia da previsibilidade, daquilo que você sabe fazer e calcular e venha para a história que tenho para você”.

2.Reconectar com Jesus é retomar o caminho ao descanso (Mateus 14:24-32)
A relação está se aprofundando. Ondas e ventos contrários estão sobre a embarcação. Eles seguiram uma orientação de Jesus (v.22). O que está ocorrendo aqui? Pedro está tão confiante em Jesus que anda sobre as águas. Entretanto, por um instante, vem o medo. O medo é um instrumento maligno para nos tirar da posição de paz e descanso. Até então, Pedro está andando sobre as águas porque ouviu Jesus dizer: “Vem”. Perceba que em momento algum o texto disse que o vento havia cessado e que as águas agitadas haviam parado. No verso 30 vemos a palavra medo! Medo significa: “Não consigo descansar”. Medo é alma atribulada e cansada. Nós atendemos ao convite de Deus para confiar, para liderar, para avançar, mas logo a nossa alma fica atribulada ao olhar que o vento não cessa, que o mar se agita! “Será que vou estar debaixo do favor de Deus? Será? Será? Então essas coisas ferem o coração e volta o mérito lhe acusando de dizer que não é capaz, não merece, não está apto porque os ventos e as ondas das circunstâncias nas quais você se encontra e elas te limitaram ferindo o seu coração. Aqui faço uma pergunta: Por que temos vergonha de reconhecer que nossas expectativas nos traem? Então, você se volta para a explicação lógica das coisas e aquilo que era uma pura obediência, um ato de fé, agora está sendo racionalizado e você se esquece que simplesmente ouviu um convite: “Vem”!

3.Reconectar com Jesus é retomar o caminho de desistir do desempenho e autossuficiência
Pedro era sincero, mas muito autoconfiante. Ele servia a Jesus com toda a sua vontade, mas era muito cheio de si, muito autoconfiante. Ele confiava tanto em seus esforços que Ele disse a Jesus: “por ti darei a própria vida.” (João 14:37). Em resumo amada igreja, nós precisamos aprender a não confiar em nós mesmos (João 14:38). Não dá para ser amigo de Jesus baseado naquilo eu posso fazer por Ele, mas na força Dele. Terão o desempenho que agrada a Deus e serão aceitos por Deus. Não! Não é assim! Qual foi o resultado disso tudo? (Mateus 26:69-75)
Baseado na própria força o amigo nega a Jesus. Pedro conheceu a si mesmo. Ele viu sua performance, seu mérito. Pedro chora amargamente sua própria decepção. Ele descobriu que os métodos e o seu desempenho fracassaram. A humanidade dele era pobre e desqualificada. Aqui é o clímax: “O sonho acabou”. Perdeu-se todos os referenciais. O desempenho e a autossuficiência desemboca em fracasso. Veja que isso não é consciente, mas é uma relação de transformação do confiar em si próprio para confiar somente em Deus. O medo do fracasso, o desejo de ver o fruto, a ânsia de provar algo será provado! Todos os nossos atos de fé serão provados pelo tempo, pelas circunstâncias para chegar à seguinte pergunta: “Tu me amas?”

4.Reconectar com Jesus é retomar uma relação de amor desinteressado por Ele (Marcos 16:1-7))
Jesus não desiste de Pedro, apenas lhe ensina que não é do seu modo. Jesus não desiste de você, mas apenas quer lhe dizer que não é do seu modo. Ele diz: “Dizei aos discípulos e ao meu “melhor amigo”, o mais decepcionado, o mais fracassado, o mais frustrado”. Numa dimensão individual Jesus vem ao encontro da minha incapacidade. Numa dimensão individual Jesus vem ao encontro da sua incapacidade. Você disse que vai parar? Disse que vai desistir? Ele está dizendo: “Eu vou ao Seu encontro”.
Pedro pula no rio em direção a Jesus. Jesus não cobrou Pedro. Jesus não jogou na cara de Pedro tudo o que Ele havia feito de errado. Jesus revela o Pai compassivo do Filho Pródigo em sua atitude. Pedro não tinha mais como fazer nenhuma promessa a Jesus, a não ser reconhecer seu fracasso para experimentar o olhar compassivo de Jesus. Esse é o segredo daquelas conversões poderosas que vez por outra ouvimos. Geralmente a pessoa diz que estava no fundo do poço, ou seja, ela não tinha nada a oferecer a Deus, além do seu fracasso. Quando a pessoa chegou ao fundo do poço em que estava totalmente exposta de vergonha, desprezo e rejeição por todos à sua volta, a pessoa se rendeu ao único que não estava preocupado com o seu desempenho. Assim foi com a mulher adúltera. Ele não nos ama por causa do nosso desempenho. Lembra-se disso? Mas, seu amor é o que precisamos para receber cura e libertação.
Jesus inicia um diálogo com Pedro. Na nossa versão bíblica não compreendemos a profundidade desse diálogo. Ele se dá mais ou menos assim – Jesus: “Pedro, você me ama com amor desinteressado, amor esse que me põe acima de tudo e de todos e que não espera nada em troca e que está acima mesmo da sua vida?” Pedro responde: “Senhor, você sabe que tenho muita consideração por você.” Jesus pergunta mais uma vez a Pedro obtendo a mesma resposta. Então, na terceira vez Jesus pergunta: “Pedro, você tem muita consideração por mim então? Pedro, magoado, ressentido responde: “Sim Senhor! “Eu tenho muita consideração por você”. Em outras palavras, Pedro está afirmando que seu desempenho havia fracassado e que não adiantava fazer mais promessas, era o Pedro insuficiente e incapaz. Ele sabia que não conseguia corresponder ao amor de Jesus no mesmo nível. Mas, o mais impactante dessa história toda é que Jesus diz para ele três vezes: “Apascenta as minhas ovelhas”. Jesus se aproxima de Pero, do coração do Pedro incapaz e o restaura.

Rodrigo Rodrigues Lima, Pastor

sábado, 1 de setembro de 2018

A Lei através da fé - Romanos 3:31


A Lei através da fé
Romanos 3:31

Na semana passada falamos sobre a justiça pela fé. Observamos que não somos salvos por cumprir a lei. Cumprir os mandamentos não nos levarão para o céu. Porém, quero ajudá-lo a clarear essa verdade em sua mente.
Eu não sou salvo por cumprir regras e obras da lei! Sou salvo mediante a fé em Cristo Jesus. Porém, porque eu sou do céu, porque fui salvo, tenho uma nova identidade como filho de Deus. Portanto, minhas obras e ações revelam que eu sou do céu. Não sou salvo pelas obras da lei, não sou salvo pelas boas obras, mas eu nasci de novo, portanto, terei uma nova atitude.

É importante saber e entender isso? Claro que sim! Se você entendeu que não foi salvo pelas obras, mas que suas obras confirmam a lei, significa que você descansa na justiça de Cristo e segue avançando no processo de santificação, em se tornar como Cristo é tanto no coração como na ação pelo poder do Espírito Santo. Pois, foi para uma vida abundante e frutífera que Cristo nos salvou.

1.A origem da lei e natureza da lei
“Por conseguinte, a lei é santa; e o mandamento, santo, e justo, e bom.” Romanos 7:12
Antes da criação e na criação – A lei antecede a Moisés. Deus criou os seres angelicais e deu a eles um modelo completo de toda a verdade. Deus cria os homens do pó da terra, sopra sobre eles o fôlego de vida e dá a essa criatura a mesma lei. O homem não conhecia o pecado, portanto, a lei estava gravada no coração do homem, porque ele fora criado segundo a imagem e semelhança de Deus, sem conhecimento do pecado, para que este seguisse em perfeição. Aqui, portanto está a origem da lei. Porém, Satanás desobedeceu a Deus. O homem desobedeceu a Deus. O pecado corrompe o coração do homem e o leva a desejar, realizar e sentir o que é mal, o que é contrário, a lei perfeita de Deus. Moisés – Deus escolhe Moisés e lhe concede a lei em tábuas de pedras e ordenou aos pais que ensinassem a seus filhos, através de todas as gerações que se seguiram. Assim, a lei e Deus passa a ser conhecida por aqueles que não conhecem a Deus. Porém, como o homem é corrupto interiormente, a lei não é suficiente para que o homem compreenda e experimente a transformação pela lei, pois, isso só pode ocorrer pelo Espírito de Deus. Veja comigo Jeremias 31:31-33 – grifo – “Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.” Lei Moral – Entretanto, a lei que Paulo está falando aqui em Romanos 7:12, não é nem a lei cerimonial, dos ritos judaicos e nem a lei mosaica que inclui os 10 mandamentos, pois, em nenhum outro lugar na Bíblia diz que elas sejam santa, justa e boa, mas se trata da LEI MORAL. Ela é o coração de Deus revelado para o homem que em qualquer cultura que nunca teve acesso aos mandamentos de Moisés ou acesso à Bíblia é o que há de bom na humanidade. Segundo John Wesley ela “é uma cópia da mente eterna; a beleza visível de Deus.”
A natureza da lei (Tiago 3:17)
“A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento.” A Lei é de alto nível, pura, virtuosa, limpa, santa. Ela descreve o caráter de Deus, a sua santidade!
O pecador e a Lei
Como o pecado é contrário à pureza e à santidade, o pecado é inimigo de Deus, logo, a lei é inimiga do pecado. A natureza do homem foi corrompida pelo pecado. A lei, que é boa, é inimiga do pecado que me dominava. Então Paulo pergunta a respeito do seu estado antes de conhecer a Cristo e que conhecia a lei: “O que é bom se tornou em morte para mim? De maneira nenhuma! Mas, para que o pecado se mostrasse como pecado, ele produziu morte em mim por meio do que era bom, de modo que por meio do mandamento ele se mostrasse extremamente pecaminoso.” (Romanos 7:13 NVI).

2.A utilidade da lei
a)Convencer o mundo do pecado (Romanos 7:7)
Paulo afirma categoricamente que não teria conhecimento do pecado, se não fosse por meio da Lei. O Espírito Santo convence o homem do pecado, da justiça e do juízo (João 16:8). Se a lei revela a natureza de Deus, logo, o Espírito de Deus é quem trará ao homem a consciência pela lei do seu estado de transgressão. A lei evidencia a doença, a fé cura. A lei visa destruir toda autoconfiança do pecador e mostrar que ele está morto como o Jovem Rico e os Fariseus.
b)Trazer o homem de volta à vida, para junto de Cristo (Efésios 2:1-3)
A lei não salva o pecador, antes, denuncia o estado do pecador. Revela que ele está morto para Deus porque é um transgressor. Ninguém pode se salvar pela lei, porém, sem a lei não saberíamos da necessidade de salvação, por isso, nesse sentido ela nos traz à vida. Ela diz: “Você está morto por causa da sua transgressão e precisa viver”. Ela diz qual é a enfermidade, só não é o remédio.
c)A lei nos mantem vivos, isto é, ligados a Cristo
Sem a lei, a graça não faz sentido. Por quê? Só precisa da graça (favor imerecido de Deus) quem percebeu que é um transgressor da lei de Deus (Romanos 7:14). Sem lei não tenho consciência da transgressão e consequentemente não faz sentido desejar a graça (Romanos 7:7). A lei de Cristo diz que não devo cobiçar a mulher do próximo. Eu preciso dessa consciência para perceber que ainda não estou perfeito, portanto, ela me mantém junto a Cristo porque ao reconhecer meu pecado interior confio no seu sangue purificador.

3.A lei através da fé (Romanos 3:31)
Ficou claro até o momento que não somos salvos pelas obras da lei e que tentar ser salvo cumprindo mandamentos é se colocar debaixo de maldição porque se escolho viver pela lei, devo ser perfeito e acertar 100%. Errando 0,01% já me tornei transgressor de toda a lei. Então como é que a fé confirma a lei, que Paulo menciona aqui? Como isso se dá em nossas vidas e torna a vida cristã abençoada e prazerosa pela graça de Deus? E se eu pecar? Como vou me santificar? Por que jejuar em tempos da graça?
a)Você nasceu em Cristo para as boas obras (Efésios 2:8-10). Essas boas obras são as obras de misericórdia e piedade. Eu nasci de novo pelo Espírito. O Espírito habita em mim e me conduz às boas obras. Vamos ler duas passagens do Antigo Testamento mais uma vez: Jeremias 31:31-34 e Ezequiel 36:26-27. “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” Mateus 5:16;
b)Você nasceu em Cristo para viver pelo Espírito (Gálatas 5:16) – Vamos ler duas passagens do Antigo Testamento mais uma vez: Jeremias 31:31-34 e Ezequiel 36:26-27. Só podemos ter a lei em nossos corações por meio da fé! Por isso, Cristo cumpre a LEI e morre para remover a maldição da LEI! A Lei não tem efeito mais para nos condenar. Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus porque eles nasceram de Deus e pelo Espírito eles agora não são inimigos da Lei de Deus, mas cumpridores dela em fé. Pelo Espírito Santo podemos ser guiados a toda a verdade. Somos santificados pela Palavra! Temos poder para vencer o pecado e estarmos cada vez mais distantes daquilo que ofende a santidade de Deus! Ele habita em você para uma vida vitoriosa de abandono do pecado! Creia nos méritos de Cristo e nesta graça que opera para que você cumpra a lei pela fé! Você e eu não vivemos pela LEI, mas Cristo vivendo em nós cumprimos a LEI como evidência de que fomos salvos pela fé.

Rodrigo Rodrigues Lima
Pastor


domingo, 26 de agosto de 2018

A justiça pela fé Gálatas - 3:6-14


A justiça pela fé
Gálatas 3:6-14

Este trecho da carta de Paulo aos crentes da Galácia faz parte de um conjunto de argumentos que ele elabora para mostrar aqueles irmãos de que não deveriam se apegar às obras da lei para se salvar. Eles foram justificados pela fé e assim deveriam crer e viver. Deus já nos proporcionou tudo o que era necessário para vivermos uma vida abundante pela fé em Cristo. Vamos falar sobre a justiça pela fé.

      1.A justiça pela fé não pode ser alcançada pelas obras da lei (v.10-12)
Precisamos definir o que são obras da lei. Obras da lei é tudo aquilo que o homem tenta produzir para alcançar o perdão dos seus pecados OU merecer o favor de Deus em suas realizações pessoais. Muitos de nós crescemos ouvindo que devemos agradar a Deus para receber bênçãos, sermos salvos ou ter um ministério abençoado. Ouvimos “ande na linha e Deus vai se agradar de você” (Lucas 18:10-12) como o fariseu da parábola. Faça isso e Deus lhe dará aquilo como na expectativa do jovem rico (Lucas 18:18) através de sua típica pergunta de um legalista: “O que farei para...”? Pessoas assim vivem debaixo da tirania das emoções, da opinião dos outros ou das lembranças ruins sempre expostas a três sentimentos que motivam o legalismo e o alimentam: A CULPA, O MEDO E A VERGONHA.
Se você vive preocupado com a opinião dos outros como Pedro (Gálatas 2:11-14), agirá por medo e vergonha. Se você ainda não consegue se libertar de uma lembrança ruim, não será pleno em sua vida e ministério.
Certa vez, em uma crise com relação ao meu ministério orei da seguinte forma a Deus: “Deus, eu abri mão de tudo que me poderia ter uma certa condição financeira favorável a mim. Eu renunciei sonhos diversos e tive que contar algumas vezes com a generosidade de algumas pessoas, mas o ministério não avança. O que mais devo fazer para que o Senhor abençoe o meu ministério e a minha vida?” Em outras palavras eu estava dizendo para Deus que eu merecia a sua benção porque sempre fiz as coisas certas. Eu estava transformando meus atos de fé em obras da lei para cobrar de Deus mostrando a Ele que eu era justo e que merecia a Sua benção.
Abraão teve uma crise (Gênesis 15:1-6) e ele creu, porém, ele cedeu à incredulidade de sua esposa e gerou Ismael através de Agar (Gênesis 16:1-4). Toda vez que cedemos à incredulidade geraremos Ismael, isto é, fruto do nosso braço, fruto da justiça própria.
Por que não devemos buscar a justiça de Deus pelas obras da Lei?
a.Porque as obras a lei exigem perfeita obediência (v.12). A palavra de Deus é clara que quem vive uma vida tentando guardar regras, é por ela que viverá. Para você agradar a Deus cumprindo regras você tem que ser perfeito tanto interna (coração) quanto externamente (comportamento e ações) em perfeita santidade de coração e de vida, de maneira ininterrupta e sem qualquer mínima oscilação. Segundo John Wesley, esse tipo de obediência exigida pela Lei só seria possível a um tipo de ser que nunca conheceu o pecado que se manteria puro através do cumprimento dessas regras, logo, é impossível a nós homens que somos concebidos em pecado.
b.Porque as obras da lei produzem fracasso e decepção (v.11). O que mais vemos hoje? Crentes dentro das igrejas se sentindo culpadas, com medo e com vergonha vivendo uma religião que mais cansa do que produz liberdade em Cristo. Por quê? Porque eles fazem de tudo para realizar o certo e logo percebem que não conseguem fracassando e se decepcionando constantemente. Esse é o apostolo Paulo antes de experimentar a graça. Veja comigo Romanos 7:7-11; 21-25. Toda vez que você tenta ser justo praticando obras da lei, fracassa e se decepciona. Não é da nossa natureza. A única maneira de cumprir a lei segundo Deus é pelo Espírito (Gálatas 5:16; Romanos 8:1-4). Deus não o restaurou em Cristo para você ser uma pessoa fracassada e decepcionada. Ele libertou você para a liberdade!
c.Porque as obras da lei impõe sobre nós maldição (v.10). Todo crente que tenta viver a vida cristã na força do braço, além de fracassado e decepcionado, é também maldito. Por quê? Porque a lei diz: “Maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei, não as cumprindo” (Deuteronômio 27:26).    

      2.A justiça pela fé nos torna benditos filhos de Abraão se vivemos pela fé (v.6-9)
Abraão é chamado o Pai da fé (Romanos 4:11). É muito importante que se entenda o propósito de Deus em Abraão. Em Romanos 4 Paulo nos traz um profundo ensinamento sobre confiança e fé em Deus pelo exemplo de Abraão. Quais são as características da justiça de Abraão?
a.Essa justiça é baseada na fé (v.6). Em Gênesis 12:1-3 Deus faz uma promessa a Abraão. “De ti farei uma grande nação”. Porém em Gênesis 15:2, Abraão responde a Deus que estava sem filhos, o que fica evidente que ele não conseguia enxergar o cumprimento da promessa. Deus manda que Abraão olhe para as estrelas do céu e pede que conte (v.5). Assim, Abraão creu no Senhor e isso lhe foi imputado para justiça (v.6). O que Abraão poderia fazer além de crer? Nada! Essa é a grande luta dos cristãos de hoje. Deus pede que nós apenas confiemos. Ele pede que olhemos para as estrelas e as contemos. Deus quer que a nossa fé Nele seja assim. Ele nos diz: “Olha para cima e veja o impossível que vou realizar”. Se você e eu podemos realizar, então não precisamos de fé, mas se olhamos para a nossa capacidade e nossas possibilidades e vemos que não temos capacidade de realizar, seja a nossa salvação, seja a obra de Deus, então, chegou a hora de desfrutarmos a benção de filhos de Abraão!
Abraão não foi justificado por obras (veja comigo Romanos 4:1-3). Em suma, se Abraão tivesse sido aprovado por Deus pelo que fez, ele poderia ter recebido crédito. Mas, Abraão participou daquilo que Deus fez por Ele. Quando você faz e Deus participa, o crédito é seu. Quando Deus faz e você participa, o crédito é de Deus. Essa é a pequena e importante diferença de Abraão que foi chamado de PAI antes de se tornar PAI porque DEUS FALOU!
b.Essa justiça é estendida aos gentios (v.8). Quem são os gentios? Somos nós, os não judeus. O propósito de Deus sempre foi de alcançar a todos e não apenas os judeus (Gênesis 18:18; 17:4-5; 22:18). Todas as nações são benditas em Abraão. Essa benção da salvação pela fé se estendeu a todos os povos e fomos justificados pela fé. Veja comigo Romanos 3:28-29; Romanos 4:16-17. Como isso é possível?

      3.A justiça pela fé é alcançada pelos méritos de Cristo (v.13-14)
Se as obras da lei não salvam e não nos colocam em condições de sermos abençoados por Deus e temos que ter a fé de Abraão para sermos justificados e abençoados, como isso se dá? Ao mesmo tempo que parece tão óbvio, vejo que muita gente pelas ações e pelas palavras que falam parecem não ter clareza dessa liberdade em Cristo Jesus.
a.Cristo nos resgastou da maldição da lei (v.13). É importante que fique claro que o problema não está na lei, mas no homem. Sabe aquele lance de que “o proibido é mais atraente”? A lei diz que você que se você é casado não pode se deitar com a mulher do próximo. Sem a lei não saberíamos nada sobre comportamento moral. Porém o pecado vem e perverte o mandamento, transformando o mandamento em tentação, fazendo dele um “fruto proibido”. Ao invés de me guiar para bem, acaba me seduzindo para o mal. Nesse sentido ela se torna maldição para mim. Por quê? Porque é uma vida amaldiçoada de constantes derrotas por tentar viver cumprindo regras sem conseguir. Vamos recapitular um pouco de tudo o que falamos até agora. Se você vive debaixo da tirania das emoções, da opinião dos outros ou das lembranças ruins sempre expostas a três sentimentos que motivam o legalismo e o alimentam: A CULPA, O MEDO E A VERGONHA, você está se colocando debaixo de maldição. Jesus trouxe uma gloriosa libertação da maldição da lei. Com isso quero dizer libertação da constância de suas exigências de precisar fazer alguma coisa com o objetivo de agradar a Deus e/ou aos outros. É uma libertação do temor da condenação diante de Deus, assim como de uma consciência acusadora. Libertação das exigências das outras pessoas, de todos aqueles “você deve” e “você tem de” do público em geral. Acaba a terrível tirania do desempenho, pois, você é impelido pelo amor. Você é amado(a) de Deus e favorecido(a) do Pai! Você é filho(a).
b.Cristo nos selou com o Espírito Santo (v.14). Aleluia! Isaias 44:3 diz que Ele derramaria Seu Espírito. Você e eu somos favorecidos de Deus. Essa é a grande benção do descanso. Creia que você se tornou filho de Deus pelos méritos de Cristo. Você tem uma nova identidade e uma garantia. É pelo Espírito que você pode ter certeza que é filho de Deus (Romanos 8:14-17). O Espírito Santo é a garantia de que você irá viver pela fé, a única maneira de agradar a Deus. É pelo Espírito que cumprimos a vontade de Deus (Gálatas 5:16). O filho não teme, o filho é amado! Nós vivemos o tempo dessa promessa. Veja Ezequiel 36:26-27. É só pelo Espírito que poderemos viver a justiça de Deus pela fé. Esse mesmo Espírito é a nossa garantia de que moraremos com Ele nos céus (Efésios 1:13-14). É pelo Espírito que você realizará obras maiores que Jesus fez! Não tem a ver com nossas habilidades ou capacidades, que são importantes, mas tem a ver com fé e dependência do Espírito.

Rodrigo Rodrigues Lima
Pastor


terça-feira, 26 de junho de 2018

Poder: Andando no Espírito. Vencendo o pecado. Gálatas 5:16-25


Poder: Andando no Espírito. Vencendo o pecado.
Gálatas 5:16-25

A vida cristã não é estática. Ele é orgânica como um organismo vivo. Nós compreendemos que a vida com Deus é um processo de amadurecimento constante e crescimento. Podemos ficar sempre carnais, ou em outras palavras, bebês na fé ou crescer, se desenvolver e chegarmos a níveis maiores de maturidade. Sem dúvidas, Deus quer o levar ao nível de maturidade na fé para refletir plenamente a imagem do Seu Filho Jesus Cristo.
Quando uma pessoa reconhece a Cristo como seu Salvador, ela é justificada de seus pecados, recebe o Espírito Santo e inicia a sua vida cristã pela graça de Deus, entretanto, é o início! Vejo que muitos vão ao Encontro com Deus e até mesmo pessoas de longa data na vida cristã começarem muito bem, mas logo passam por um processo de esfriamento espiritual, de desânimo e apatia. Se somos todos filhos de Deus, por que isso ocorre? Por que tão logo alguns não conseguem avançar e até mesmo retrocedem? Como romper com essa frieza? Primeiro é necessário discernir e reconhecer que há velhos sentimentos e hábitos que podem estar minando a sua vida espiritual gerando desânimo, culpa, acusação ou até mesmo colocando em seu coração o desejo de desistir. Mas, hoje vamos desmascarar essa ação da carne e do diabo porque Deus nos deu da Sua graça para vivermos uma vida vitoriosa sobre o poder do pecado.
É importante esclarecer que o cristão converso, seja ele novo na fé ou velho na fé, não é mais escravo do pecado, e que, portanto, ele não voltará às práticas antigas se permanecer em Cristo, porém, ainda assim ele sente coisas em sua carne e sentimentos que ele percebe que ainda vem à tona e é sobre isso que quero discorrer. Como é o pecado nos crentes? Como é o arrependimento nos crentes?


1.Andar no Espírito é militar contra a carne para vencer o pecado (v.17)
O apóstolo Paulo está orientando a igreja da Galácia a não tentar viver uma vida de santidade pela força do braço ou o que chamamos de justiça própria. É necessário viver uma vida no Espírito para não fazer a vontade da carne. Por que? Porque mesmo na igreja e conversos estaremos sujeitos à natureza má da nossa carne, os chamados pecados interiores, ou o que gostamos de chamar de sentimentos humanos que se opõem à mente que Cristo nos deu. Por exemplo, Paulo chamou a atenção da igreja em Corinto, dos crentes. Ele os chama de santificados (I Coríntios 1:2), mas eram carnais (I Coríntios 3:1; 3). Neles havia ciúmes, isto é, um sentimento ruim, uma má disposição de coração. Diariamente somos conscientes do que há em nosso coração. Quem nunca se sentiu propenso a abandonar a fé em algum momento? Quem nunca sentiu orgulho? Quem nunca se viu por algum momento incrédulo? Quem nunca sentiu inveja? Quem nunca sentiu ciúmes? Quem nunca sentiu um desejo pecaminoso? Quem nunca sentiu ressentimentos? Todos esses sentimentos ou má disposição, em geral, não são vistos externamente pelos outros, mas nós sabemos se os sentimos ou não. Entretanto, ao mesmo tempo você sabe que você é de Deus! Você pode afirmar: “Muitas vezes eles são involuntários”! Pastor, Cristo pode estar no mesmo coração em que está esse tipo de pecado? Claro que pode! Como diz Wesley: “Onde há doença, aí está o médico, executando seu trabalho por dentro, pelejando até expulsar todo o pecado”. Claro que Cristo não habitará onde o pecado reina, mas onde Cristo reina o pecado pode subsistir. A grande diferença está em obedecer ao pecado. Você está galgando degraus na fé cristã e está avançando? O pecado permanece, mas não reina. Somos libertos do poder e da culpa do pecado, mas não livres da existência deles no coração. Isso é processual.
Por que estou abordando isso? Porque muitos entram no engano do desânimo, da apatia espiritual e voltam a ter desejos e não sabem explicar o motivo. Todos esses sentimentos que mencionei até aqui ferem e esfriam o coração espiritual. Eis aqui o motivo. Ter o pecado em si não faz alguém perder o favor de Deus, mas dar lugar ao pecado, isso sim, faz.  Se não confessarmos os pecados interiores, a carne poderá prevalecer. Por essa razão há tantos crentes que a) Traem seus cônjuges porque abraçou no coração o adultério antes de cometer o ato; b) São trabalhadores assíduos, mas abraçam a imoralidade no coração; c) Abraçam a maledicência, porque não são sinceras de coração com quem deveriam ser transparentes semeando contendas, desconfianças e falando mal por trás.
Mas Deus tem uma provisão de graça para você!

2.Andar no Espírito é viver arrependimento e fé para frutificar no Espírito (v.22-25)
No dia em que você se entregou a Cristo você se arrependeu e passou a crer nos méritos de Cristo. Mas há um arrependimento e uma fé para prosseguirmos avançando a fim de termos a mente de Cristo. Afinal de contas, arrependimento vem do grego metanoeo que significa mudança de mente, portanto, constante mudança de disposição do coração, das intenções, dos sentimentos até termos plenamente a mente de Cristo.
O arrependimento é um grande sinal de que você está vivendo no Espírito. Pessoas que genuinamente vivem no Espírito tem consciência do que precisa ser purificado em seu coração e buscam pela fé nos méritos de Cristo essa mudança interior. Você pode ter esses sentimentos agora com mais força, mas na medida em que você reconhece, confessa e se arrepende, a transformação interior ocorre de maneira poderosa. Amor ao mundo, desejo de honra por parte dos homens, medo de desaprovação das pessoas, vergonha de afirmar sua fé, medo de homens, ressentimentos quando é injustiçado ou afrontado, desejo de vingança, cobiça como o desejo de ter mais, orgulho, vaidade, conversas sem proveito, etc. Todos esses sentimentos, se há algum deles em coração, pode se tornar um grande empecilho para o avanço da sua espiritualidade e, por isso, muitos esfriam e ficam desanimados.
Tentar vencer pela força do braço? Quero te dizer que a graça lhe oferece todas as condições para você vencer todo o pecado. Hoje o diabo e a carne são desmascarados porque você é filho(a) de Deus. O arrependimento é a consciência da doença e consequentemente, da cura. Por isso é necessário fé! a) Com o arrependimento você sente o pecado, mas com a fé em Cristo você recebe poder de Deus para purificação e limpeza dos pecados; b) Com o arrependimento vem a consciência de que merecemos o castigo por maus sentimentos, palavras e ações, porém, com a fé, estamos conscientes de um advogado junto ao Pai que intercede por nós e afasta toda a condenação e punição; c) Com o arrependimento vem a convicção de nossa impotência, mas com a fé recebemos misericórdia e graça; d) Com o arrependimento dizemos: “sem ele, nada posso fazer”, mas com a fé dizemos: “Tudo posso naquele que me fortalece”. 

Conclusão:
É possível viver uma inteira santificação ou plena santificação. Começa com o amor a Deus! Amando a Deus experimentaremos mais de sua graça! A graça de Deus é superior ao poder do pecado, do mal e de satanás. Essa graça opera para limpar toda sujeira tanto da carne quanto do espírito e renovar a nossa mente com a mente de Cristo. Começa quando reconhecemos o senhorio de Cristo. Há esperança pela graça de Deus para um casamento santo! Há crescimento espiritual através dos meios de graça para você! Há superação dos problemas e do pecado aqui agora pela graça de Deus! Deus quer elevar seu nível! E quanto mais você crescer, outros crescerão ao teu lado! Renda o teu coração!

Pastor Rodrigo Rodrigues Lima